segunda-feira, 30 de julho de 2012

Lagartas no Submundo






     A Primeira tirou o seio esquerdo pra fora. Em homenagem, lhe entreguei lascas de meus lábios. Seu pequeno mamilo gemeu em espasmos óbvios e as luzes de néon riram do cheiro de culpa.
     Pedaços das minhas unhas se cravaram na vulva melada e melancólica da Outra. Não era tão constante quanto deveria ser, mas seus ruídos eram tão presunçosos que precisei dar o toque:
-     Não estou te pagando! Quero que gemas como uma garota normal, pelo amor de Deus.
   Ela riu. E do riso vieram instruções estranhas:
-    Enquanto você a come, eu me cutuco. – disse - Depois é minha vez de virar mulher. Vou colocar uma musiquinha para dar o clima, pode ser?
     Ela se levantou, ligou o celular e deixou as músicas rodarem no shuffle.  Não sou lá muito fã de música caribenha, mas com medo de cortar o clima, não disse nada. Observando nossos toques lentos, a Primeira fez uma espécie de constatação:
 -     Se o quarto é escuro, estamos fadados a fazer coisas mais escuras ainda.
     Então ela olhou para o fundo dos meus olhos. E para o fundo dos olhos da Outra. Ao mesmo tempo. Estava vesga.
-     Ainda mais se houver tanta bebida. –concluiu, desmaiando na cama.

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